Produção de conteúdo cristão sofre censura na China, incluindo milagres e cura

Compartilhe:

A China emitiu novas medidas rígidas que proíbem os programas de televisão e cinema a produzirem cenas com momentos de milagres e curas, alguns temem até que a proibição de conteúdos Cristãos seja geral.

De acordo com a UCA News, a Administração Nacional de Rádio e Televisão, que controla o conteúdo de rádio, cinema e TV transmitido na China, aprovou recentemente novos regulamentos que proíbem 20 categorias de conteúdo, incluindo material que promove a história fabricada, relíquias sagradas, posses demoníacas, e exemplos de fé e cura.

Um cineasta que trabalha com a indústria de cinema e televisão da igreja disse que as novas diretrizes "exclui quase totalmente" o conteúdo baseado na fé.

O cineasta, que se identificou como Joseph, disse à UCA News: "Se filmarmos a vida de Jesus, evitando o conteúdo proibido pelas diretrizes, apresentaremos Jesus apenas como uma pessoa comum, e isso é inaceitável para os cristãos".

As diretrizes também orientam que durante as gravações os profissionais “não filmem o lado sombrio da sociedade, e sim a boa vida das pessoas” e determina que os dramas históricos devem se basear na “história verdadeira” e não na ficção.

O padre Yo, de Shandong, chamou as diretrizes de "incomuns". “Como as pessoas podem ter uma vida boa quando nem sequer têm o direito natural de escolher e ter à liberdade de religião? Ou até temos os direitos humanos mais básicos, como podemos ser bons? "

"O que é a verdadeira história? É aquela fabricada pelo Partido Comunista Chinês? Não levaria à criação de mais dramas falsos na televisão, alinhados com o partido, para fazer uma lavagem cerebral no público?"

Em 2018, o presidente chinês Xi Jinping colocou o escritório de propaganda do Partido Comunista encarregado de regular os filmes. Anteriormente, Xi anunciou que "todo o trabalho da mídia do partido deve refletir a vontade do partido, salvaguardar a autoridade do partido e salvaguardar a unidade do partido".

Zhang Lifan, historiador, disse ao The New York Times que as tentativas de Xi de impor total controle sobre a mídia são uma maneira dele "anunciar sua autoridade absoluta".

 

Por: Suellen Lands