O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse durante live na Câmara Municipal nesta quinta-feira (8) que Campo Grande tem “diferenciais positivos e não força o contágio do novo coronavírus”.
De acordo com Mandetta, mesmo com o bom desempenho é preciso unir esforços, para vencer a pandemia sem maiores danos.
“Se trabalharem o transporte público, por exemplo, diminui a possibilidade de contágio. Hoje, a cura está em lavar as mãos, no distanciamento, na cidadania, no cuidado. Vamos nos apoiar no que temos de melhor. Fazendo um trabalho sério, temos chance de passar por isso sem danos. A politização dessa doença já passou de qualquer limite do razoável. Não é inteligente”, analisou.
Para o médico, a logística da cadeia produtiva privilegiou Mato Grosso do Sul, que ainda apresenta um dos índices mais baixos de mortes no Brasil.
“Temos uma vantagem em Mato Grosso do Sul: toda a logística que passava por aqui, a BR-163, ela mudou. Como São Paulo fechou muito cedo, por ter sido o epicentro, o trânsito reduziu aqui. A safra de soja já não passa tanto por aqui, sai pelos portos do norte. O Paraguai fez uma medida muito severa de isolamento. Nós ficamos mais protegidos com menor circulação”, explicou, reforçando um alerta: “No início, falavam que era um vírus do frio, que não teria casos no Brasil, mas a primeira cidade brasileira que entrou em colapso foi Manaus. O vírus não negocia com ninguém”.
O ex-ministro voltou a alertar sobre as consequências da pandemia do novo Coronavírus no sistema público de saúde.
“O vírus é muito letal ao sistema de saúde. E quando o sistema de saúde cai, essa estrutura não tem condições de atender. Você tem perdas, não só pela doença, mas as chamadas perdas correlatas. Os números, agora que começam aumentar. Se complicar o sistema de saúde do nosso Estado, vamos pagar uma conta muito amarga. Ainda vejo gente em Campo Grande pensando que aqui não vai ter. Todos que tiveram essa postura, na história, pagaram um preço muito alto”, disse.
Boletim epidemiológico
Boletim mais recente divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), e apresentado pelo vereador Lívio, Campo Grande já tem 3.473 casos confirmados e 28 óbitos. Do total, 118 pacientes estão internados e outros 896 em isolamento domiciliar.
Para o vereador, a sociedade precisa se unir e abandonar as diferenças políticas para combater o vírus.
“Devemos nos unir como sociedade, sem olhar bandeira partidária. Há um conflito de ideologia que não acrescenta. Nosso comportamento como sociedade é que vai determinar a maneira como vamos passar por essa pandemia, principalmente em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul, já que constatamos diariamente esse aumento expressivo dos casos. Vamos pagar o preço pela falta de união. O meu comportamento reflete no do meu vizinho”, finaliza.
*Da Redação