Nuvem de gafanhotos avança para o Brasil em meio a pandemia do coronavírus

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Uma nuvem de gafanhotos que avança pela Argentina está a 130 km em linha reta do município brasileiro de Barra do Quaraí, no oeste do Rio Grande do Sul, de acordo com o último levantamento do governo argentino nesta quarta-feira (24).

Segundo o chefe do serviço de monitoramento do país vizinho, Hector Medina, a nuvem também está a mesma distância da cidade de Bella Unión, no Uruguai, para onde os especialistas acreditam que os insetos vão migrar, segundo o Ministério da Agricultura do Brasil.

O governo brasileiro já estuda o uso de mais de 400 aviões agrícolas para controle dos insetos, caso cheguem ao país.

De acordo com o governo da Argentina, essa espécie de gafanhoto é uma praga migratória, "que não reconhece limites ou fronteiras e, em um dia, pode viajar até 150 quilômetros e, por exemplo, atravessar de uma província para outra, ou mesmo de um país para outro em poucas horas".

Porém, o comportamento do inseto não é contínuo, não sendo possível afirmar que a nuvem vá atravessar a fronteira ainda nesta quarta-feira.

Segundo um relatório do Ministério da Agricultura argentino, a espécie de gafanhoto que avança na América do Sul, chamada Schistocerca cancellata, causou danos severos à produção do país nos anos 1960.

Novos ataques do inseto voltaram a ser relatados no país vizinho somente em 2015 e se repetiram em 2017 e 2019. Os argentinos afirmam que o inseto não traz nenhum risco aos humanos e nem é vetor de doenças.

Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, esses gafanhotos estão no país desde o século 19 e causaram grandes perdas às lavouras de arroz na região Sul do país nas décadas de 1930 e 1940. Mas as nuvens não se formam desde então. *G1