Antônio Nelson de Oliveira, 47 anos, é pastor da Assembleia de Deus- Família em Cristo Ministério Tempo de Avivamento, na região do Nova Lima. Foi pioneiro no projeto evangelístico dentro do presidio Harry Amorim Costa, em Dourados.
Atualmente coordena o culto e da assistência as famílias da comunidade Mandela que fica na região norte da Capital sul-mato-grossense; desenvolveu o trabalho de evangelismo na antiga rodoviária, levando a palavra de Deus para os moradores de rua além da alimentação que era servido após o culto. Chegou a realizar várias vezes o culto embaixo da Ponte na Ernesto Geisel também em Campo Grande. Durante mais de 20 anos tem se dedicado a obra em favor dos necessitados.
Pastor Nelson ministrando em sua igreja.
Casado com a Missionária Cristiane e pai de 6 filhos, sua trajetória para chegar a ser pastor passa por uma conversão genuína e serve de inspiração para milhares de jovens que buscam livrar-se da dependência química para conhecer a maravilhosa graça de viver uma vida dependente de Deus. Confira com exclusividade a entrevista ao portal ToNoGospel:
Trajetória
Nasci em São Paulo, capital, mas passei grande parte da minha infância na cidade de Suzano com meus avós. De São Paulo, na pré-adolescência, voltei a morar com minha mãe na cidade de Dourados e logo depois mudei para Campo Grande. Meu padrasto sofria de hanseníase e o único local que tratava da doença na época era o São Julião. Foi nesse período que mudei com minha família para bairro Anache (…)
Aos 15 anos, eu, comecei a beber, a fumar e a sair. Nessa época já era conhecido como o “lobinho do Anache” onde comecei a fazer parte de uma gangue.
Sou de uma época em que as gangues prevaleciam. Comecei a praticar furtos e roubos e várias vezes fui preso pela DERF (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), mas sempre me liberavam por que era de menor. Nesse período eu tive dois comas alcoólicos e uma overdose, fui levado quase morto para o hospital.
A situação só foi piorando, eu estava sempre nos noticiários, sempre estava envolvido com pessoas piores do que eu. Com a fama que tinha comecei uma nova jornada, passei a amedrontar as pessoas.
Eu era tão temido que me recordo que certa vez a polícia havia dito para minha mãe que a minha cabeça estava a prêmio e que se eu fosse encontrado não seria mais preso, e sim morto.
Minha mãe entrou em desespero e eu acabei retornando para São Paulo. Na verdade, comecei a me mudar de um Estado para outro, de cidade em cidade, sem ter um endereço fixo, por causa da minha vida pregressa.
Prisão e libertação
Minha vida mudou no dia em que fui preso, creio que foi a mão de Deus cuidando de mim. Fiquei 6 anos encarcerado, até que um dia eu conheci à Cristiane, minha esposa, e ela viu a minha situação e sentiu a necessidade de falar de Cristo pra mim dentro da penitenciaria.
Minha esposa falava insistentemente do amor de Cristo para mim, mas eu continuava nas drogas. Até que Cristiane insistiu tanto para eu participar de um culto evangélico dentro do presidio.
No início eu fui resistente, não queria saber de Deus, até que um dia fui ao culto e pela primeira vez eu senti a presença de Deus.
Poucos dias depois de ter participado daquele culto o juiz corregedor me chamou e disse: “Eu não sei por que cargas-d´agua chegou essa carta mandando te libertar. A partir de hoje se considere um homem livre”.
De início pensei que aquilo era alguma armação, pois não me achava digno de receber aquela liberdade. Para vocês terem uma ideia, eu era tão ruim que na cadeia eu era conhecido como o “exu de cadeia”. Quando eu passava nos corredores, as pessoas baixavam a cabeça para não me olhar nos olhos. Me recordo que Deus chegou a usar a vida de uma irmã para falar comigo: “Eis que sou Eu que falo contigo, e te digo, hoje, estou mudando o seu coração”.
Dentro dos presídios existem várias facções e eu cheguei a fazer parte do grupo do PCC. Mas agora eu ganhei a liberdade.
Procurei Cristiane e disse que havia ganhado a liberdade e disse que o Deus dela havia me soltado, e eu não sabia para onde ir, na verdade eu nem sei onde estava.
Eu não sabia como chegar na casa de Cristiane e também não tinha dinheiro para o ônibus. Quando subi no ônibus, parece que o motorista já me conhecia; ele disse: “Jovem só me diz aonde você precisa descer que eu abro a porta pra você. Ao chegar no meu destino o motorista disse: “Jovem, Jesus te ama e tem um projeto na sua vida, aceite a Jesus”.
Desci daquele ônibus e Cristiane já estava me aguardando. Ao chegar na casa dos pais de Cristiane e sua mãe logo indagou- “ Quem é esse? Cristiane respondeu- “Esse é o Nelson mãe”, e a mãe continuou- “Nelson o presidiário? Pois bem, se ele entrar por essa porta, eu saio pela outra”. O meu sogro, perguntou para Cristiane se ela gostava de mim, e ela respondeu que sim e disse que eu seria o pai dos filhos dela. E a sua mãe voltou a repetir- “Se ele entrar, eu saio. Foi nesse momento que o meu sogro disse: “Pois então você pode preparar as suas roupas por que ele vai ficar aqui com a gente”.
Propósito de Deus
Com o tempo eu comecei a entender o projeto de Deus para minha vida. Após 10 anos de casado, Deus colocou no coração a vontade de voltar para Campo Grande. Nós fomos orar, e ver se realmente era da vontade de Deus, quando veio a confirmação. Deixamos nossa vida de conforto para trás e retornamos para Campo Grande.
Ao retornar, eu decidi aceitar a Jesus verdadeiramente de todo o meu coração e foi em um culto na igreja do missionário Novaes que tive um encontro verdadeiro com Jesus. E foi com esse homem de Deus, que não desistiu de mim, que aprendi a amar as pessoas e os perdidos, foi através do exemplo e do caráter do pastor Novaes.
Chegando na Capital sul-mato-grossense eu fui ungido presbítero e começamos do zero. Nos mudamos para a cidade de Dourados e foi lá que nasceu a Igreja Assembleia de Deus Família em Cristo Ministério Tempo de Avivamento. Hoje, estamos estabelecidos na cidade de Campo Grande e graças a Deus temos desenvolvido vários trabalhos sociais, para a honra e glória do Senhor. Confira alguns dos projetos:
MANDELA (comunidade que fica na zona norte da Capital)
Na comunidade Mandela nós realizamos um culto semanal, mas antes do culto nós fazemos um trabalho de evangelismo e logo depois levamos a palavra de Deus e após o culto nós distribuímos roupas e brinquedos e paralelamente nos servimos o jantar. Graças a Deus os próprios moradores testificam que tiveram suas vidas transformadas através dessas ações. Casais que estavam se separando que decidiram não separar mais.
Uma jovem veio testemunha que aquele era o último dia de vida dela e dos filhos. Ela estava com um coquetel de remédios preparado para dar aos seus filhos e para tomar, mas graças a Deus, nós estávamos ali para levar a palavra de libertação para aquela jovem.
Nelson orando por jovem na comunidade Mandela
PONTE (Ernesto Geisel)
Durante alguns meses nós chegamos a realizar um culto semanal debaixo da Ponte (levamos os nossos instrumentos para debaixo da Ponte) após o culto nos distribuíamos cerca de 30 marmitas. Mas a empresa fornecedora de aguas do município disse que iria realizar uma obra naquela região, mas continuamos na intercessão pelas pessoas que moram naquele local e sempre que podemos visitamos os que ainda insistem em morar debaixo daquela ponte.
ANTIGA RODOVIARIA
Na antiga rodoviária nós levamos a palavra de Deus e cerca de 100 marmitas são distribuídas. Nós realizamos o culto no meio da rua e os músicos levam os instrumentos para adorar ao Senhor.
Pr. Nelson entregando marmita na antiga rodoviária
Durante um dos nossos cultos um jovem foi preso, as autoridades disseram que ele havia cometido um crime, mas para surpresa de todos, esse mesmo jovem retorna glorificando a Deus pelo livramento, afirmando que Jesus o havia libertado.
Assista ao vídeo do trabalho:
Ajuda
Pastor Nelson desenvolve esses projetos sem nenhuma ajuda financeira, conta somente com doações de voluntários que tem um coração voltado para a obra da redenção
Caso você queira ajudar (doação) essa obra entre em contato através do whatsapp: (67) 9 9100.6636, falar com Nelson.
Pastor Nelson e sua esposa Missionária Cristiane
Por Gildo de Souza