Bispo da Igreja Universal teria recebido propina de R$ 7 milhões para apoiar Dilma

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A delação premiada dos executivos da Odebrecht na Operação Lava-Jato citou o nome do bispo Marcos Pereira (PRB), sacerdote licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, como recebedor de uma propina de R$ 7 milhões.

Os executivos da empreiteira que aceitaram colaborar com a Lava-Jato alegaram que os valores repassados a Pereira, que atualmente é ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, teria sido feito em troca do apoio do PRB à candidatura de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) à reeleição, em 2014.

De quebra, a Igreja Universal do Reino de Deus também apoiou a reeleição da ex-presidente, já que na prática, o PRB é visto como o braço político da denominação fundada por Edir Macedo.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, os recursos teriam sido entregues ao bispo Marcos Pereira em dinheiro vivo. Essa operação da Odebrecht para repassar propina envolveu, ao todo, R$ 30 milhões, sendo que R$ 23 milhões foram distribuídos aos partidos PROS, PCdoB, PP e PDT, em troca do apoio à chapa governista.

Pereira é o sexto ministro de Temer que é citado na Operação Lava-Jato. Na delação, sua participação é descrita como direta, já que ele teria tratado do assunto pessoalmente com Alexandrino Alencar, um dos 77 executivos da Odebrecht que tiveram o acordo de delação já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Pereira teria visitado a sede da Odebrecht, em São Paulo, para combinar como e a quem o dinheiro seria entregue, em parcelas. Em entrevista ao jornal, o bispo nega: “Eu desconheço essa operação. Comigo não foi tratado nada disso […] Delação não é prova”, afirmou.

Na versão do bispo Marcos Pereira, as conversas com a Odebrecht eram um pedido de doações para as campanhas do seu partido, que tem 23 deputados, um senador e comanda a prefeitura do Rio, com Marcelo Crivella.

Um dos resultados práticos do apoio do PRB à chapa Dilma-Temer foi o acréscimo de 2 minutos e 39 segundos na propaganda eleitoral de televisão, o que permitiu à dupla usar mais de 11 minutos a cada programa, contra apenas 6 minutos de Aécio Neves, o candidato do PSDB, segundo colocado nas eleições.

Com informações: GospelMais