Jean Wyllys é processado após relacionar deputados cristãos com terrorismo

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Na última quarta-feira (10), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados estabeleceu um processo de quebra de decoro contra o deputado Jean Wyllys |PSOL- RJ|. O Partido Social Cristão (PSC) alegou na representação que o ex-BBB relacionou os nomes dos deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) – que se batizou nas águas do Rio Jordão |Israel| em maio desse ano – e Marco Feliciano |PSC- SP| ao atentando em Orlando (EUA) numa boate gay, em junho.

Segundo o PSC, "o desequilíbrio manifestado" pelas opiniões de Wyllys "incentiva que seus simpatizantes também o façam" e que tal atitude vai contra a responsabilidade de "construir uma sociedade com respeito às divergências".

No dia 12 de junho, o deputado do PSOL publicou no Facebook um texto onde ele declara que pessoas de relevância como o pastor Silas Malafaia, a cantora Ana Paula Valadão, a psicóloga Marisa Lobo e Marco Feliciano emitem discursos de ódio e que isso pode levar cidadãos a praticar atos de violência.

"Quando criticamos os discursos de ódio dos 'bolsomitos' e 'malafaias' e 'felicianos' e 'euricos' e das 'marisas lobos' e 'ana paulas valadões' da vida e dos legislativo contra gays, lésbicas e transexuais, estamos pensando justamente no quanto o discurso de ódio proferido por essas pessoas – agora em alta porque aliados dos golpistas que tomaram a presidência da República – pode levar pessoas 'de bem' a praticar atos de violência física – assassinatos e agressões físicas – contra membros da comunidade LGBT", postou.

Além do processo contra Wyllys, a presidência do PSC também decidiu, na última terça-feira (9), que irá manter o deputado Marco Feliciano na liderança do partido na Câmara. A decisão foi tomada durante reunião da cúpula onde eles discutiam sobre a acusação contra o parlamentar por tentativa de estupro, assédio sexual e agressão feita pela jornalista Patrícia Lellis. 

Lista de relatores

O deputado José Carlos Araújo (PR-BA), presidente do Conselho, realizou o sorteio da lista tríplice de relatores, na tarde da última terça-feira e vai escolher um nome nos próximos dias. Foram sorteados os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Silas Câmara (PRB-AM) e Capitão Augusto (PR-SP).

De acordo com as normas da Câmara, foram excluídos da lista deputados do mesmo partido ou estado que o representado. O colegiado tem 90 dias úteis para concluir a análise do caso, a partir da instauração.

 

Com informações: Site Exame