A Prefeitura de Campo Grande convocou uma coletiva de imprensa para explicar o caso de uma aluna da Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, que está sob suspeita de ter contraído o vírus H1N1. Como alguns professores e outros alunos apresentavam sinais de gripe, a direção da escola decidiu por antecipar o feriado de Corpus Christi, celebrado na quinta, dia 26, e não haverá aula na escola entre amanhã e sexta-feira (27).
A menina tem oito anos de idade e está internada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Santa Casa em estado grave, porém estável, para tratar os sintomas com equipe especializada, enquanto aguarda os resultados dos exames que devem confirmar ou não se ela é a 35ª vítima da doença na Capital. Os diagnóstico deve ficar pronto só amanhã (25), mas o tratamento já está sendo feito com o medicamento Tamiflu.
A criança foi atendida primeiramente no posto do bairro Coronel Antonino, liberada em seguida. Como os sintomas reapareceram mais fortes, ela voltou para o posto e já foi encaminhada diretamente para a Santa Casa. A família da menina, que reside no bairro Danúbio Azul, já foi vacinada por precaução.
Até então, 154 pessoas estão sob suspeita da doença em Campo Grande. Durante a Campanha de Vacinação, a Sesau contabilizou 174 mil pessoas imunizadas, mas houve muita reclamação de quem se deparava com a falta de doses nos postos e unidades de saúde.
Conforme a Secretaria do Estado de Saúde (SES), já são 19 mortes por H1N1 em todo o Estado. Dessas, seis foram registradas em Campo Grande, entre eles um professor de uma Escola Estadual.
Sob investigação
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE) instaurou inclusive um Inquérito Civil para investigar a razão da insuficiência na quantidade de vacina contra o vírus influenza A (HI1N1) e B, disponibilizada na Rede Pública do Município de Campo Grande. A responsabilidade, conforme explicação do MPF, recai sobre o município.
A Promotora de Justiça Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, titular da 32ª Promotoria de Justiça da Capital, encaminhou ofício ao Secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Nelson Tavares, com cópia do ofício para a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), solicitando, com urgência, no prazo cinco dias para prestar informações.
Entre as informações, a promotoria exige saber se as doses estão sendo disponibilizadas aos Municípios na exata quantidade solicitada por cada ente, para atender a demanda local; a quantidade de doses da vacina já disponibilizadas no Município de Campo Grande; e se há previsão de recebimento de nova remessa do Ministério da Saúde.
Foi considerado pelo MPE, de acordo com os dados do último boletim de Situação Epidemiológica da Influenza em MS, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde em 17/5/2016, que “é crescente número de casos confirmados de infecção pelo vírus influenza A e B, bem como de óbitos por decorrência dessa infecção, o que demonstra a expansão da doença e a essencialidade de se executar de forma eficiente a imunização prevista na Campanha Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde”.
Outro ofício foi enviado ao Secretário Municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, solicitando com urgência no prazo de três dias que informe: se as doses da vacina estão sendo disponibilizadas ao Município de Campo Grande, na exata quantidade solicitada para atender a demanda local; a quantidade de doses da vacina já disponibilizadas no Município; e o percentual de cobertura alcançado na vacinação de Campo Grande.
Com informações: TopMídiaNews