O histórico acordo feito entre o Vaticano e a Palestina passou a entrar em vigor a partir deste sábado (2), depois de concluídas as formalidades de procedimento, anunciou a Santa Sé.
O acordo foi assinado em junho passado, em um documento onde a Igreja Católica reconhece os Territórios Palestinos como Estado soberano.
Ainda que um dos objetivos seja certificar as atividades da Igreja em locais da Terra Santa sob controle palestino, o acordo representa um símbolo do crescente apoio internacional ao Estado palestino.
"Com referência ao acordo global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina, assinado em 26 de junho de 2015, a Santa Sé e o Estado da Palestina notificaram à outra parte que os requisitos de procedimento para sua entrada em vigor foram cumpridos", afirmou o Vaticano em um comunicado.
"O acordo consiste em um preâmbulo e 32 artigos, aborda os aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja na Palestina, ao mesmo tempo em que reafirma o apoio a uma solução negociada e pacífica para o confito na região", acrescenta o texto.
Desapontamento em Israel
Embora o Vaticano se refira ao "Estado da Palestina" desde o início de 2013, os palestinos consideram que a assinatura do acordo equivale a um reconhecimento de fato de seu Estado, o que irrita Israel.
Na ocasião, Israel lamentou o acordo e advertiu que isso pode ser nocivo para os esforços para a paz na região. "Estamos decepcionados pela decisão tomada pela Santa Sé. Acreditamos que tal decisão não é propícia para trazer os palestinos de volta para a mesa de negociações", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon.
O acordo foi assinado no Palácio pontifício pelo secretário para as relações com os Estados (ministro das Relações Exteriores), pelo prelado britânico Paul Richard Gallagher e pelo ministro palestino de Relações Exteriores, Riyad al-Maliki.
O Vaticano argumenta que o acordo expressa uma solução "do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da fórmula de dois Estados", conforme explicou em maio o monsenhor Antoine Camilleri, chefe da delegação da Santa Sé.
Segundo a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), este acordo torna o Vaticano a ser o 136º país a reconhecer o Estado da Palestina.
Com informações: Christian Post