Juiz de Sidrolândia concede adoção para casal homoafetivo da Capital

Compartilhe:

Em decisão inédita em Sidrolândia, o juiz da 2ª Vara Cível, Criminal da Infância e Juventude do município, e diretor do Fórum, Fernando Moreira Freitas da Silva, concedeu o termo de guarda de um menino de 10 anos em favor de um casal homoafetivo de Campo Grande. O anúncio foi feito durante o 1º Encontro de Adoção realizado entre os dias 20 e 21 de outubro na cidade. De acordo com o juiz, houve a busca por outros casais no cadastro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), bem como por interessados da própria cidade, sem sucesso. Então, coube ao juiz decidir pelo pedido de adoção protocolado na justiça. “Essa casal já estava cadastrado em Campo Grande, já tinha passado por trâmite de habilitação para adoção, já estava preparado para adotar”, explica.

Jil Alessandro Xavier e Rogério Souza passaram por todo o processo de habilitação para adoção e na fase de seleção conheceram o menino em um abrigo. Ele estava na unidade há seis meses. “Foi amor á  primeira vista”, diz o educador físico Jil Alessandro. A chegada da criança trouxe adaptações á rotina do casal. “Saber se ele tá bem e prepara comida, e prepara isso e prepara aquilo,  por que a gente proporcionar pra ele, tudo aquilo que ele não teve mas acima de tudo a gente quer compartilhar o amor”, declara.  Á tarde ele pratica esportes e tem espaço para estudos já que foi inserido em uma nova escola.  

O casal conseguiu a guarda provisória do menino e serão acompanhados pelo prazo de 90 dias, como parte do trâmite de adoção. “Mas a gente já pode chamar ele de filho, por que ele já sabe que é nosso filho e daqui a pouco ele estará com nosso sobrenome”, diz Jil Alessandro. De acordo com ele, o processo foi mais rápido assim que se abriu a possibilidade de adotar uma criança mais velha. 

Hoje, existem vários casais homossexuais e heterossexuais na fila de adoção, mas a preferência é sempre por crianças pequenas, com até dois anos de idade. A predileção tem retardado a adoção e deixado crianças por mais tempo nos abrigos. A intenção é estimular a chamada adoção tardia. “Em relação ás pequenas não precisamos nem fazer campanha. O problema é em relação a essas crianças grandes, essas maiores, essas realmente precisamos chamar a atenção, conscientizar”, reforça o juiz.