Estreante na vida pública – no período de 19 meses se elegeu vereador com mais de 5,9 mil votos e na última eleição obteve 39 mil votos, ficando na primeira suplência para a Câmara dos Deputados na sua coligação, o evangélico Elizeu Dionizio Souza da Silva, 32 anos, acredita na política de "princípios, de ideias, dos interesses da coletividade, o fim do fisiologismo".
Natural de Santa Tereza, no Espírito Santo, o parlamentar é de família evangélica. Aos 32 anos, defende que as igrejas, católica e evangélica, podem atuar onde o poder público não chega. Em 2012, entrou na carreira política e foi eleito para representar o povo na Câmara Municipal de Vereadores, em Campo Grande e, neste ano, se candidatou à Câmara Federal, com uma estratégia incomum.
Usou da sinceridade com o eleitor, explicando que seu papel não seria de construir casas ou conseguir benefícios pontuais, mas defender projetos e ideias como legislador. "Não fizemos concessões em princípios e valores para que pudéssemos alcançar qualquer resultado", afirma.
Com esse discurso, foi o 12º mais votado no Estado, deixando para trás políticos com muito mais tempo de estrada, como é o caso do ex-deputado federal Antônio Cruz (PR), que teve 34 mil votos, ou ainda colegas de vereança, como Carla Stephanini (PMDB), e Ademar Vieira Junior, o Coringa (PSDB), que conseguiram pouco mais de 15 mil votos na disputa por uma vaga na Câmara Federal.
Casado e pai de uma menina de seis meses, Elizeu se considera empregado do município e lembra que alguns têm dificuldade em admitir isso. "Quando vou para rua, no rosto de cada um, eu vejo um patrão meu. Quando alguém me solicita algo é na condição de patrão. Recebo um salário para fazer isso", disse.
Elizeu é formado em Direito e diz não ter medo de defender ou condenar projetos que pareçam polêmicos, como a Lei da Palmada, com a qual não concorda. "Se os pais não podem corrigir os filhos quem fará isso", questiona ele, lembrando que não é a favor da violência.
Aos 14 anos, Elizeu foi trabalhar nos Estados Unidos, como a maioria, para juntar dinheiro. Depois de ficar pouco mais de um ano, ele retornou ao Brasil, mas acabou regressando ao país estrangeiro por mais duas vezes.
Antes de chegar a Campo Grande, morou em Rondônia. "Meu pai é pastor e essa peregrinação aconteceu por causa da igreja. Quando eu nasci meu pai já era pastor em Porto Velho".
O vereador diz que mantém costumes como o pedido de benção ao pai até hoje e reafirma sua defesa dos princípios nos quais acredita. "É mais fácil alguém tirar o mandato do Elizeu do que tirar os meus princípios".
Dionísio declarou à Justiça um patrimônio de pouco mais de R$ 690 mil. Com informações do Campo Grande News