Para Pr. Domício abrir Quinta Gospel para outras religiões vai contra lei

Compartilhe:

Representantes da Prefeitura Municipal de Campo Grande, da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), da Procuradoria- Geral do Município e do Ministério Público Estadual reuniram-se nesta semana para tentar chegar a um consenso com relação aos shows da “Quinta Gospel”, evento promovido pela Fundac, em Campo Grande.

A promotora de Direitos Humanos, Jaceguara Dantas da Silva Passos, recomendou que a Prefeitura inclua todas as religiões e abra espaço para artistas de outras religiões no evento.

Jaceguara pediu que o poder público se abstenha de interpretar a Lei Municipal 5.092/2012, que institui o programa, de contemplar apenas as religiões evangélicas e dê o mesmo espaço, sem discriminar as religiões, a todas as denominações e crenças. O pedido surgiu por conta da negativa da apresentação da cantora espírita, Rita Ribeiro, que tem entre seus trabalhos o álbum “Tecnomacumba”.

A direção da Fundac argumentou que a “lei reconhece como manifestação cultural as músicas e eventos gospel evangélico”.

Em uma primeira reunião, a Fundac e a prefeitura comprometeram-se a estudar a criação de outro dia, fora do evento da Quinta Gospel, para atender a outros segmentos religiosos. Representantes de outras religiões participarão de uma reunião com a Fundac em datar ainda a ser marcada.

O Pastor Domício Júnior, da Primeira Igreja Batista, é contra a abertura da “Quinta Gospel” para artistas de outras religiões pela justificativa de criação da lei. Pelo projeto, a música cristã é uma manifestação cultural e foi criada pela Câmara Municipal para atender ao público evangélico cristão. “Além do mais, toda conotação gospel é relacionada ao público evangélico, ou seja, se você for numa livraria de material gospel você não vai achar uma vela de 7 dias, você só vão achar artigos ligados á cultura cristã evangélica. Então não há nenhum nexo entre qualquer outra manifestação religiosa em relação á ‘Quinta Gospel’”, pontuou ao site ToNoGospel.

Ivan de Souza, proprietário Miza Web Rádio, (http://www.mizawebradio.com.br/#) também acredita que a “Quinta Gospel” deve atender aos evangélicos. “Vai haver um confronto. Isso não é uma religião, isso é um evento gospel. Seria mais viável abrir outro espaço para esse público determinado, para outra religião”, destaca.

Para o Pr. Domício, o melhor caminho para chegar a um consenso para favorecer quem tem interesse no espaço, seria a criação de outra lei propondo outro dia para outros segmentos religiosos.  “Se a Fundação de Cultura abrir esse espaço para outras religiões ela poderá responder por prevaricação que é a falta do papel dela no poder público já que tem uma lei especificando. Se ela abrir essa lei por outras religiões ela pode responder um processo por não respeitar os limites da lei”, alerta.