Nunca shows deram tanto pano para a manga quanto os da “Quinta-Gospel”, evento patrocinado pela Fundac (Fundação de Cultura de Campo Grande). Na sessão da Câmara Municipal, desta terça-feira (13), surgiram os ataques à noite dedicada aos evangélicos, na Praça do Rádio Clube.
O vereador Paulo Pedra (PDT) questionou o fato de recursos públicos serem gastos apenas com bandas evangélicas e cobrou o mesmo para outros grupos religiosos. “A prefeitura não pode ser um braço dos evangélicos. Por que não tem shows também para os católicos, muçulmanos ou espíritas?”.
Dos 29 vereadores de Campo Grande, onze são declaradamente evangélicos. Para um deles, Eliseu Dionízio (SD), isso é motivo mais do que suficiente para um tratamento diferenciado. “É mérito do movimento evangélico que conquistou espaço no Legislativo e na administração”, argumentou.
Outro da bancada evangélica, Herculano Borges (SD), também saiu em defesa dos companheiros de credo. “Música gospel também é cultura. Aqui em Campo Grande, 40% da população é evangélica”, comentou.
No contra-ataque, os parlamentares ainda questionaram se existe cantor espírita no Brasil e Paulo Pedra respondeu com “um monte”.
Entre os católicos há bandas como “Anjos de Resgate” e “Rosa de Saron”, as mais conhecidas do público.
Já entre os espíritas, não há uma cultura mais massificada, mas também há cantores, grupos e duplas com trabalho consolidado, como Tim e Vanessa.
A lei que criou o evento em 2012 não estabelece em nenhum dos 4 artigos que tipo de música deve tocar na Quinta-Gospel, se tem de ser cristã, sacra, espírita ou qualquer outra. Fala apenas que “o evento deverá ser realizado com artistas nacionais e regionais” e no dia que antecede a Noite da Seresta, para diminuir custos. Com informações do Campo Grande News